quinta-feira, 30 de maio de 2019

a espuma branca da água do mar da minha praia

Caminhamos juntos, pés nus, no nosso mar, na nossa praia, e aquela praia é só nossa mas ninguém sabe que assim é.
O vento soprou veloz de Oeste, trouxe consigo um nevoeiro frio naquele mês ainda primavera, passeamos na mesma.
Fez -se noite, caiu depressa sem sabermos, encostados os dois num banco de madeira, cá fora, olhar para o mar.
 O tempo parou, entrámos para dentro, o frio e o sabor a sal na nossa pele apressou-nos a um banho quente. Comemos um lauto jantar, sim, porque o importante daquele dia e daquela noite não era o alimento, não era sequer a nossa praia, mas tu, foste sempre tu.
Provocaste-me com a tua vestimenta de noite, de cor preta, e eu fiquei por ali, diabolizando, caído, sem reação. A tua beleza incomoda-me, e quando me olhas eu morro ali no momento.
Agarrei a tua mão, deitei-te sobre a cama e tirei a tua vestimenta de cor negra, as minhas mãos percorreram o teu corpo nu, a tua sombra abraçou-me e eu... e tu, não me deste alternativa.
Foi mais uma noite para o arquivo da minha memória que se arrasta no tempo das memórias, o que me resta senão recordar-te, no tempo em que te tive, no tempo em que te amei, e que o sol era amarelo e o céu azul...o resto eu não sei.
Dorme bem! disseste tu.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

apeteceu-me rir outra vez













os "Joe's" e os outros Berardo 's

A LIÇÃO DE BERARDO
Miguel Sousa Tavares
Expresso, 18.05.2019
Joe Berardo não é um chico-esperto em terra de saloios, ao contrário daquilo que ostensivamente julga. Mas também não é a ovelha negra num rebanho de gente séria. Berardo é o saloio num palco de saloios, onde aventureiros morais como ele são tratados como empresários, venerados como mecenas das artes e distinguidos como comendadores da nação. O seu feito, ao ter conseguido tudo isso e ainda devolver os mimos com que foi tratado com aquele riso alarve de quem acredita que nos comeu a todos por parvos, não é de grande monta. Foi só uma questão de estar no lugar certo no momento certo e no meio da gente certa. Hoje, quando ele (e seguramente orgulhoso) foi erigido ao estatuto de bandido-modelo da nação, o que importa questionar é o tipo de clube-nação que o permitiu.
O comendador, condecorado por dois Presidentes da República pelo seu mérito empresarial ou pelo contributo para a riqueza do país, jamais foi empresário de coisa alguma e jamais acrescentou um euro à riqueza colectiva. Foi sempre e apenas um especulador financeiro em benefício próprio exclusivo, que nunca criou uma empresa, uma chafarica, um posto de trabalho. Tudo isso era sabido desde sempre e foi, sabendo-o, que Eanes e Sampaio lhe puseram ao peito dois símbolos do reconhecimento pátrio — em nosso nome. Mas hoje, erigido em símbolo das malfeitorias e padroeiro dos caloteiros, e à beira de perder o seu tão estimado título de comendador, Berardo pode dizer que nem ele está só nem Eanes e Sampaio estão sós. Metade, seguramente, da lista destes supostos heróis da pátria, feitos comendadores por todos os Presidentes sem excepção, são gente que de modo algum se recomenda. Metade deles foi distinguida pelos mais inconfessáveis motivos: compadrio pessoal, compadrio político, compadrio financeiro, compadrio maçónico, cunhas e pagamento de dívidas. Os membros do “Clube da República”, como um dia aqui lhe chamei, dedicaram-se ao longo de décadas a nomearem-se uns aos outros para os lugares mais apetecíveis do Estado, a financiarem-se uns aos outros, a cobrirem-se uns aos outros, a negociarem uns com os outros, a criarem um sistema cruzado de impunidades e irresponsabilidades e, para finalmente enganarem os tolos, a elogiarem-se e distinguirem-se uns aos outros. No final do processo, os Presidentes da República, levados ao engano ou incapazes de resistir às pressões dos amigos do “Clube da República”, enfiaram-lhes no peito uma certidão de cidadãos exemplares, funcionando como uma espécie de indulgência plenária para eventuais malfeitorias, passadas ou futuras.
No caso de Berardo, o cúmulo do ambiente de saloiice geral que sempre o rodeou e cortejou foi a história da Colecção Berardo. A dita Colecção (e isto é, obviamente, apenas a minha opinião) não tem qualquer valor representativo da arte moderna. Precisamente porque ele não é um coleccionador, mas sim um empilhador de arte, o seu acervo não reflecte qualquer critério de gosto, de conhecimento ou mesmo de paixão pela arte. Mas o homem soube rodear-se de quem, devidamente contratado para tal, tratou de criar uma aura de excelência em volta da colecção que, por simples temor intelectual, ninguém se atreveu a pôr em causa. E foi assim que ele conseguiu a proeza de resolver o seu problema particular de onde guardar aquilo, à custa de todos nós. Num contrato negociado directamente entre o assessor cultural do primeiro-ministro de então, José Sócrates, e o conselheiro de arte e avençado de Berardo — (que, por incrível coincidência, eram uma e a mesma pessoa) — o “mecenas” da arte moderna portuguesa sacou nada menos do que de toda a área de exposição do CCB para guardar e expor a sua colecção sem quaisquer custos. E ainda lhe fez chamar Museu/Colecção Berardo, com entradas gratuitas, de modo a poder dizer que era o mais visitado museu português. E de novo todos se calaram, no terror de atrair sobre si a ira e o desprezo dos ditadorezinhos da nossa “crítica de arte”. Todos, incluindo o director do CCB, talvez também aliviado por não ter de se preocupar mais com a ocupação daquele espaço. E foi assim que o CCB — o mais caro equipamento cultural que alguma vez pagámos — nunca mais viu uma exposição, hipotecado que está há dez anos a servir de arrecadação e promoção pessoal do comendador. E por ali têm desfilado todos os notáveis da pátria, em ocasiões festivas de homenagem ao “mecenas”.
Nunca gostei de bater em quem está em baixo, mas há aqui razões para uma excepção: primeiro, porque muito disto já o tinha escrito quando ele estava em cima e, depois, porque Berardo não está em baixo: está em cima de uma dívida de 1000 milhões, que, deliberadamente e de má-fé, tornou incobrável, pavoneando-se ainda orgulhoso da sua espertice. Claro que tudo isto seria diferente se o homem tivesse o mínimo de vergonha e decoro. Se, para ele, ser apontado na rua como o rei dos caloteiros lhe causasse algum incómodo. Mas esta é a mesma pessoa que há anos enfrenta os condóminos do seu prédio e as sentenças dos tribunais, recusando-se a derrubar uma casa-de-banho clandestina que ergueu no topo do prédio, com vista de rio, invocando, sem pudor, o princípio constitucional de que “todos têm direito a uma habitação condigna”. Habitação de que, aliás, garante ser apenas arrendatário, pois que nada tem de seu, nem sequer um euro de dívidas ou até a mítica Quinta da Bacalhoa, construída pelo filho de Afonso de Albuquerque e que o Estado Português deixou ir à praça sem comprar, para acabar nas mãos deste benemérito, que logo a fez rodear de muros e cercas, como se fosse seu dono — o que, como garante, também não é. Mas Berardo é o que é e que todo o país teve ocasião de ficar a conhecer agora mais intimamente. Não se lhe pode exigir mais do que aquilo para que nasceu e de que não se envergonha, antes pelo contrário.
Os responsáveis maiores, os que não têm perdão, são os que o financiaram para assaltar o BCP, sobretudo os que o fizeram com o dinheiro dos contribuintes. Os que lhe deram o CCB como arrecadação privada. Os que o cortejaram, privilegiaram, promoveram e distinguiram. E os que o ajudaram, num longo, sinuoso e degradante processo de calotice transformado em forma de vida. E é o espírito do tempo de um país onde somos muito rápidos a fuzilar os poderosos e ricos que caem em desgraça, mas jamais questionamos a origem do seu dinheiro e do seu poder enquanto eles estão na mó de cima. Um país onde paga mais imposto quem vive exclusivamente do seu trabalho do que quem vive da especulação. Onde tantas empresas, tantos negócios e tantas fortunas não existiriam sem o favor do Estado, o dinheiro do Estado, as dívidas ao Estado. Um país onde quem esconde milhões lá fora para fugir ao fisco recebe, em o vento estando de feição, um atestado de cidadão cumpridor se trouxer o dinheiro de volta, pagando apenas 7,5% de IRS. O tal país do “Clube da República” onde se perdeu, simplesmente, o conceito de honra e a noção de vergonha. O país reflectido naquela inesquecível gargalhada com que ele nos contempla: “Ah, ah, ah!”. O país dos Berardos.

domingo, 19 de maio de 2019

QUASE 30 ANOS DEPOIS !!! Bananarama - I heard a rumour - TÃO BOM!!!

os bichos, a terra, e depois o nada

E depois vem a morte, morreste, ok, faz parte da "vida" - morrer, é a ordem natural das coisas.
Eu é que não sou lá muito bom em avaliar o que acontece depois, aliás, a minha doutrina cristã, "disse-me" um dia que havia Céu, para onde íam os bonzinhos e o Inferno , onde íam o resto das almas. Entre eles, o Purgatório, uma região neutra, uma espécie de ONU da terra que vai controlando ou melhor equilibrando as coisas para que um "bom" fim aconteça.
Eu sei de entre tudo, antes dessa coisa do Céu , do Inferno ou do Purgatório vou levar com 7 palmos de terra pretra cheia de calhaus ( segundo sei, se for para aquele local, onde já estão alguns queridos familiares meus). Ah e que bem vão conselar os bichinhos com os meus restos, depois a terra fará o seu resto, deparecer e tornar-me pó.
 Existe a possibilidade de ser queimado ( na Figueira da Foz! ) um sitio que me diz muito , mas, se alguém decidir por mim, não vou usufruir muito daquele lugar - jazo morto. E além disso o fim será o mesmo - pó.
Tenho uma grande vantagem, não sei nem o dia, nem a hora... pode ser hoje depois deste texto, pode ser amanhã, e pode ser de certeza abroluta, a minha morte certa.
Quem , por aqui passeia a ler os meus textos, deve estar a pensar o que é que eu tenho hoje, devo estar a bater mal ou coisa assim...mas não estou muito bem, cheio de saude e feliz!
Mas existem assuntos que tem de ser debatidos, falados e este tema ninguém gosta, eu , confesso é um tema que gostava de saber mais, mas das tantas religiões, ainda ninguém "regressou" para contar como é!
Faço como os outros, vou vivendo até onde puder ir, depois logo se vê...que por ora eu não sei mesmo como é!

boa semana.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

para ti mano velhote, meio século de vida! congrats mate!!!

moi, un seul, une force


Une fois sur la plage, seul, pour ne pas varier, je suis un imbécile, inattentif et je ne vois pas une vague qui s'est formée au loin. J'avais mes pensées, à l'époque, saccades ... ça ne pouvait être que! et je regarde la vague venir vers moi et ... je n'ai rien fait, je n'ai pas bougé, je ne me suis pas inquiété, ni avec le moment ni ce qui pourrait être un tel exploit. La vague a touché le rocher où je me trouvais et je n’ai presque pas été mouillée ... c’était plus l’appareil, c’était cette image d’une taille gigantesque, une brutalité d’une masse d’eau. Et pourtant, je gardais ma "personna".
Si j’y ai survécu à ce moment-là, c’est parce que ce n’était pas écrit, ce n’était pas là, ce n’était pas le moment. Mais aussi, j’ai réalisé que j’avais plus de force que ce que je pensais, en fait c’est mon arme.
Après tout, je suis un "croisé" et je ne le savais pas.
Je suis heureux pour ce que je suis, pour la personne que je suis et pour le reste, je ne me soucie de rien.

bonne nuit à tous.

Moi même!!!

domingo, 12 de maio de 2019

quando o tempo tá uma bosta...

                                                               FICO ASSIM!!!


quarta-feira, 8 de maio de 2019

no turning points

-Would you like to disappear? ?!
- Meanning...?!
- A challenge, moreover the challenge for a professional like you.
- Come on ... tell me anything that echoes in my ears if you please.
- How about  Iraq for a season?! Would you like?! full expenses, free charges, hum...the usually stuff. You can pick your team...as you like of course.
- Seriously?! I've been dragging myself here since 2016, and I'm waiting for something to make my life easier ... that's all.
- What a hell ! you told me the opposite...you are the guy! divorce, no wife, free...in shape!
- I have two kids...you did not mention!
- Just think about it! the bosses would be very pleased, not to say surprised. Besides, the war is over long time ago...15 years already !!! it's almost like paradise on Earth ... you have nothing to lose! promise me you'll think about it. Can be?! He have time to speek about right?!
- God...comme on! Ok  i will think . But...i need to talk with some people.

terça-feira, 7 de maio de 2019

o rosto da face


"Desceu as escadas espavorecida, mais rápida que um relampago. Estávamos todos sentados e ouvimos os seus passos bem vincados e rangidos nos degraus de madeira.
Colocou as mãos nas ancas e olhou para todos nós.
- Se voçês pensam que eu sou a vossa criada estão bem enganados, depois de tomarem o pequeno almoço vão imediatamente arrumar os vossos quartos! e estão proíbidos de sair ! hoje e amanhã! disse.
O meu pai olhou para nós e disse-nos.
- Façam o que a vossa mãe diz! eu olhei para ela, pisquei-lhe o olho e abri um soslaio sorriso para não comprometer a coisa "(...)

Feliz dia da mãe ( atrasado) , tu que és mãe e pai ao mesmo tempo!
Presto aqui neste pedacinho de texto, escrito por mim, a minha mais sincera homenagem, a ti mãe coragem.

por aí, como eu gosto

Quem um dia pensou que eu estaria um dia no Baltico a molhar os pés nestas frias aguas...nem eu mesmo acho!!! mas sim aconteceu. Andei por lá estes ultimos dias aproveitei o primeiro de maio e um feriado nacional dia três. "vadinho" do diminuitivo vadiar , é bom viajar, é bom descobrir, conhecer. Aproveitei para comer pela primeira vez bacalhau fresco, que é muito melhor que a versão portuguesa e o famoso linguado do baltico, parecido com o nosso, mas mais seco.
E é verdade o mar baltico não é assim tão salgado como o nosso "mar". Provei a agua, e gostei!
O porto de Gdsank, Gdinia ali mesmo ao lado, com um desenvolvimento económico que faria corar outras capitais europeias, e finalmente Sopot, um lugar muito rico em imagens, praias, tudo muito idilico aqui, as casas são um estronde de beleza, os muros, as janelas, as paredes, os passeios, as estradas com jardins lá pelo meio.
...Fotos! sem ordem em particular e sem legendas.