segunda-feira, 26 de junho de 2017

Deus devia falar (em viva voz) para determinada gente

Eu penso que nunca fui verdadeiramente um crente, detestava a catequese, achava uma seca, não gosto de ir à missa, nunca participei em cerimónias, festejos, ou de outra forma do genero.
Já não entro numa igreja há anos!
Segundo alguns, os da minha casa ( por exemplo), consideram que eu sou uma espécie de herege, um "afastado", sei lá mais o quê !!!
Eu tive sempre o cuidado de respeitar o poder de Deus. Deus está vivo, e bem vivo, mas de uma forma não visível - e ainda bem!!!
Eu oro diariamente, converso, coisas da treta, coisas sérias, não passa mais de um ou dois minutos de paleio.
Eu que não sou pedincheiro, mas quase é sempre a mesma coisa! Deus, o meu amigo "invísivel" já deve estar farto de mim e deste meu peditório. Oh pá muda de cassete! - deve pensar.
Os amigos "crentes", familia, entre outros costumam dizer que o facto de eu estar afastado da "Igreja" é o motivo de não ter sorte na vida: Não ter família constituída, estar separado, viver longe, não ter companheira/esposa ou namorada, andar de trabalho em trabalho por esse mundo fora.
De certa forma, não é esta forma de vida que eu idealizei um dia, mas não estava escrito nas estrelas que a minha vida seria um mar de rosas, muito pelo contrário.
Quem é que poderia acompanhar nesta minha aventura que tem sido a minha vida, cheia de atribulações, boas e más.
Há coisas e situações em que é preciso ter muita força interior para conseguir superar, é como ter raízes de carvalho velho em dias de tempestade. E eu, já passei por muita merda, e aqui estou eu , vivo, vivinho da Silva. Faz parte - penso que todos já passaram por momentos complicados, eu não sou um exclusivo.
SE calhar o Meu bom DEUS tem-me acompanhado - e eu estou certinho disso! porque já me aconteceram merdas que suportei sozinho, na dor, na solidão, nas lágrimas, etc, etc.
Deus tem sido o meu fiel companheiro, em companhia, invisivel, mas está sempre presente.
Isso eu sei, e é agora o momento certo para dizer : um dia vou encontrá-lo. Finalmente.
O meu caminho vai-se fazendo dia após dia, quando olho para tràs vislumbro uma série de falhas, que de alguma forma foram corrigidas pela experiência, pela mutação e alteração de pensamento.
Deus entra aqui, como sempre entrou, ou como sempre esteve, eu é que não vi os sinais...
Para os mais desatentos sobre a minha vida, para aqueles e aquelas que aqui vem ler os meus textos compreenderão alguns dos meus pontos de vista outros (as) não, estes ultimos estão longe de me conhecerem.
Este paleio todo, e só para concluir, tenho a minha cruz e carrego-a conforme as minhas forças, tal como todas as pessoas.
Existem diferenças entre as vidas mas isso são pormenores vagos, e não interessam nada.
Deus tem sido por isso, e por muito mais,  o meu fiel amigo invisível, que me acompanha nas minhas "caminhadas" , boas e más,  aquilo que eu chamo simplesmente vida.



sexta-feira, 23 de junho de 2017

um pedaço de pão e uma sardinha assada

Não sei porque raio fui lembrar-me disto. Saudades, ou falta de qualquer coisa para além da vontade e das saudades. Coisa estúpida, pensei eu um dia, afinal, caíu-me bem em cima da cabeça. Esta coisa tão nossa, tão portuguesa, que não vislumbro em mais nenhuma comunidade.
Eu fiz o meu primeiro almoço, no Domingo passado, para o meu pequeno e quanto baste grupo de "amigos" do escritório: uma Argentina de 32 anos a Llaide, um Holandês de 29 anos o Holster, e um Francês de 40 anos o Guyllaume.Este ultimo faz-me rir só de o ver porque tem um nariz que parece um arranca-pregos!!!
Pensei bastante na refeição que iria preparar, afinal, são de origens e hábitos distintos. Pensei cá com os meus botões: vou fazer uma "merda" bastante tuga!!! e se assim pensei assim o fiz!
Aqui é complicado comprar coisas que sejam "nossas" , não existe peixe como nós temos -saudades de uma boa posta de pargo ou robalo !!! Jazus!!!
Não , não fiz peixe...encontrei borrego! e comprei uma perna de borrego...mas nunca na minha vida fiz borrego.
Lembrei-me de como a minha avó fazia quando cozinhava, eu estava sempre atento ao que ela fazia.
Coloquei a carne no tabuleiro, coloquei sal, pimenta cayenne, colorau, azeite, salsa picada, uma folha de louro...e depois inventei, coloquei manjericão, uma colher de açafrão das indias, para terminar o feito, meti dentro da carne pequenos pedaços de alho. Reguei a coisa com vinho branco Francês (é o que há cá! o que é que eu posso fazer?!) Levei ao forno, e quando o dito começou a ferver coloquei pequenas batatinhas a encher o tabuleiro. Não provei!!! Passado uma hora fechei apaguei o forno...só provei o molho!
Jazus! estava uma delícia!!! a coisa estava a correr bem.
Pensei fazer um doce, mas como eu só sei fazer mousse, flan e gelatina...pensei numa vianetta baunilla, um geladinho sabe sempre bem...
Coloquei a mesa, os pratos, os copos , o pão, comprei azeitonas!!!!! eu sei não tem nada haver!!! mas são tão lindas!!! e eu estava com saudades de azeitonas!!!ahhhhhh!!!
Chegaram os convidados, sentamos e começamos a almoçar. Não me lembro se a comida estava boa, o certo é que não sobrou nada, passamos o tempo na conversa e a comer aos poucos.
A refeição tem essa maneira de ser, quando estamos bem acompanhados, para mim é a minha filosofia, a conversa, os contos, as anedotas, coisas pessoais quando arriscamos com os grupos certos...dá para tudo. E nada de Telemóveis!!!
Pode ser gratificante uma refeição...e no final, a Llaide diz para mim: Vais-me ensinar como fizeste a perna de borrego, estava maravilhosa!
Nem mesmo eu tive a noção daquilo que eu fiz, penso que quando fazemos uma coisa com gosto, independentemente para que objectivo for, tudo deve ser feito com muita dedicação muito afinco muito amor ( para ser maricas!!!) , e a coisa resulta sempre, até mesmo um pedaço de pão e uma sardinha assada.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

casa


Ainda existem umas quantas no interior do país, as casas dos guardas florestais, foram criadas por Salazar. Nesse periodo não havia incêncios.
Os guardas vigiavam, cooperavam com os propriétários nas limpezas e no "ordenamento" das matas.
Esse tempo já foi...!


outro Verão, os mesmos caminhos

O IC 8 acompanhou-me por quilometros sem fim, nos meus pensamentos, nas minhas alegrias e nas minhas tristezas.
O IC8 era o caminho para o meu paraíso, para os lúdicos momentos só meus, e tão meus...tão fortes, tão verdadeiros, não tenho testemunhos destes encontros comigo mesmo e com a natureza.
Era o ambiente perfeito, um quadro multiplo de formas e de tons - verde dos pinheiros, o amarelo das mimosas, do castanho dos carvalhos e dos castanheiros, entre outros que nem eu sei.
Aos nossos olhos qual postal dos correios, o tom azul da agua do rio Zezere, mesmo no Inverno tolham-nos a vista. E isso chegava-me, simplesmente.
Pelas fotos que me chegam por amigos, tudo jaz agora, em tons cinzentos e negros, tal como os da minha alma...uma sensação de tristeza  e vazio.
Este mundo tão perto da minha vivência, nunca antes descobertos por mim, devo-o à mulher que habita no meu coração, mostou-me o outro lado, o lado de lá, por lugares nunca antes percorridos. E tive-os sempre à minha mão. Descobrir aqueles lugares fez-me pensar e mudar tanta vez de opinião sobre as coisas, as coisas complicadas, e as coisas simples. A vida. E este lugar tornou-se tão especial por mim por tudo isto e muito mais...
O Verão não deveria entrar assim desta maneira nas nossas vidas,mas de outra maneira, o fogo reclamou para si lugares do  meu encanto como a aldeia de Xisto, de S. Simão, apagou os nomes das terras que eu conheço como a palma da minha mão, Cernache do Bomjardim, Dornes, Figueiró, ou Sertã...todos lugares mágicos, meus, que sobejamente percorridos por mim, nas curvas e contra curvas da velhinha N2.
Agora que tudo está morto, serão precisos anos até tudo voltar ao mesmo padrão, iguais às imagens das minhas fotos, e , sobretudo das minhas memórias.
Vou estar muito velho quando tudo voltar a estar da mesma maneira tal como eu conheci.
 Se Deus quiser e se me conceder mais um tanto de vida como uma arvore precisa para crescer, terei de novo o mesmo prazer de percorrer aqueles caminhos, os caminhos do meu Verão.

domingo, 18 de junho de 2017

o fogo

Devo isto a uma menina, na altura, hoje, mulher, mais do que tudo, mais do que a vida, e do seu significado, da razão daquilo que somos, vivemos, e do que nos acontece.
Eu estou longe, apesar de estar sempre muito perto...mais, daquilo que se imagina.
Hoje lembrei-me disto, e do autor destas palavras, pelos acontecimentos no meu Distrito, pelos caminhos onde um dia eu fui por momentos o homem mais feliz do mundo.

à A.M.B.G.R

"Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida."


Paulo Coelho

fiquei sem palavras


É o meu lugar privilegiado quando vou de férias, gosto de andar por lá...perdido por caminhos de terra batida, ver o rio, descer até a ponte romana, almoçar no restaurante do Cabril, sei lá que mais.
Tenho uma fotos fantásticas daquela zona, ontem enviaram-me esta para o meu telemóvel, pelo pouco que sei é aterrador.
Por aqui chove...