sexta-feira, 21 de junho de 2019

a carta escrita, o mail não enviado


O texto está feito, está perfeito, está  tudo lá, dá para sentir até os cheiros, e o sabor.
Não havia a possibilidade algum dia de não o fazer, mas fiz, as minhas testemunhas são quatro paredes, o meu pensamento, e uma lágrima perdida lá pelo meio, da impossibilidade, da tristeza, de que tudo o que está escrito nunca mais irá acontecer, saí, por momentos.
Até eu fiquei pasmado com tanta verdade, tanta sensação que em tempos foram verdadeiros, mas, que agora é um vento que sopra quente às vezes, por aqui, tão dentro de mim.Sei lá...
Vesti as calças, a t-shirt, calçei as sapatilhas e fui até ao La Spezia, um café de uma italiana amiga que eu fiz aqui, falamos quando ela tem tempo, como somos do "sul" há algo na nossa comunicação, por vezes muda, mas que nos indica que temos que falar, desabafar, eu falo das minhas coisas, e ela, fala das suas - colocamos em comum aquilo que o mundo não vê, percorremos os nossos países a pé! eu fiquei a conhecer Itália sem nunca ter colocado lá os pés, e ela, o mesmo. Fiquei a gostar de Itália, um dia tenho que ir lá ! mas não vás a Roma! disse ela, vai a outro lugar qualquer do Sul. É tudo tão bonito. o Sol de lá é tão diferente deste aqui.
Eu não sei identificar qual o Sol mais bonito, até porque, para mim, a luz será sempre luz, e o Sol será sempre o Sol.
Falei do meu país, mas não fui tão intenso, fui pobre, abri feridas e vinguei-me do meu país!
Não vás lá! disse eu, Vai antes a Espanha, é mais bonito!
Eu nunca tinha sido tão duro comigo mesmo, fui sincero, naquele momento, tão sincero como a carta que está escrita, e que nunca será um email.

Bom fim de semana a todos (as )

segunda-feira, 3 de junho de 2019

a matriarca

Morreu hoje, dei uma vista de olhos no DN antes de ir deitar, mas passei por aqui porque considero que vale a pena.
Nos ides da juventude, no 9º ou 10º ano , já não me lembro, éramos "convidados" a ler uma obra desta grande Senhora, desta grande escritora que Portugal perdeu hoje. Agustina.
O livro era a SIBILA .
Como nós não gostávamos de ler, por norma, vai-se lá saber porquê, possivelmente a bola era a responsável ou talvez não - mas lá lemos aquilo - com uma dificuldade extrema, aquilo era dificil de ler e de compreender.
Mais tarde livre da "obrigação" de ler a Sibila, e já descontextualizado, dou por mim a folhear página a página, palavra por palavra...e aquilo era uma delicia. Foi graças a Agustina que eu comecei a gostar do Douro, e das suas paisagens, de conhecer, de ir lá! e eu fui...e era tão verdade.
O conhecimento e o prazer da leitura trás essa possibilidade de conhecer novos "mundos", caminhos, terras, rios, gentes, e tanta coisa que não cabe neste breve excerto.
Re-li este livro na Nova Guiné, no meio do nada, no verde absoluto e imenso daquela paisagem, como eu fartei-me de ver verde e aquele livro permitiu-me viajar por um Portugal antigo e antiquado, conhecer um pouco do poder matriarcal tão enraizado no norte interior.
Outros seguiram o mesmo destino, o Memorial , Esteiros, Abelha na Chuva, entre tantos.
É bom redescobrir aquilo que nunca foi descoberto, pelo menos para mim, assim acontece...e é tudo tão surpresa como prazeiroso.

domingo, 2 de junho de 2019

gosto


Gosto de pessoas genuínas!
Gosto de pessoas que não se armam aos cucos,
Gosto das pessoas sinceras que não escondem nada...o bom ou o mau!
Gosto de pessoas que humildemende pedem desculpa!
Gosto de ver pessoas a rir de disparates sem sentido nenhum.
Gosto de pessoas verdadeiras...que dizem bom dia sem me conhecer.
Gosto de pessoas que me olhem directamente nos olhos!
Gosto das pessoas com diversidade,
Gosto de pessoas de todos os tamanhos e de todas as cores.
Simplesmente , gosto! pronto!