sábado, 25 de junho de 2016

consciente

Cheguei até aqui, bem ou mal, fiz aquilo que a consciência ditou.
Já paguei por certos danos, outros há que nunca se apagarão, outros vão-se diluindo aos poucos.
Cheguei pelo menos a um ponto...
Eu estou numa fase da minha vida onde não sinto mais a necessidade de impressionar ninguém, pelo meu feitio, pelas minhas atitudes, modo de encarar a vida, pelas minhas vitórias, etc.
Se não gostarem de mim assim, pouco me importa. Não vivo obcecado com isso.
Somos criticados por tudo e por nada, por coisas mesmo de nada, isso impressiona-me pela negativa.
Vou dar o meu exemplo . O meu divórcio fez alterar as minhas rotinas, o modo de vida, a minha maneira de ver as coisas e alguma realidade, e tudo um pouco...
Fui e vou equilibrando a coisa.
A maioria dos homens e das mulheres divorciados (as) que eu conheço e dos quais são conhecidos ou amigos "recomeçaram" de novo com novos parceiros. Acho bem, muito bem...a vida tem de continuar.
Aquilo que eu não gosto, é a necessidade recorrente de me dizerem que eu devia seguir o mesmo caminho, que não devia estar só, de ficar para trás, devia de arranjar uma companheira, "esposa", ou outras tais com o mesmo significado.
Bom eu tenho consciência própria e motivos mais que dignificantes e honrados para estar só e assim espero continuar, a menos que aconteça uma única coisa.
Eu tenho que elevar a "fasquia" ou encontrar alguém com a bitola que eu pretendo.
Se num momento da minha vida eu conheci, a tal , aquilo que nós designamos de "mulher da nossa vida"  e não deu certo, porque tenho eu de correr atrás do que não é certo e voltar a acontecer o mesmo?!
Não seria honesto comigo mesmo, nem com o outro ser.
Mesmo assim, com estas vicissitudes todas, considero-me um privilegiado pela vida, não é aquela que eu queria ter ou planeava, mas aos poucos, com calma, tranquilidade, vou aproveitando os bons ventos.
E isso é bom...tão bom, mesmo estando sozinho.




Por agora, os dias são assim.

O calor destes dias vai moldando esta paisagem, bonita, muito bonita.
Está tudo seco, e o amarelo é a cor do campo... é mesmo tempo dos tons amarelados.
Curva e contra curva, é assim o trajeto para o meu trabalho, aproveito de uma maneira sã para vislumbrar o que muitas pessoas não podem fazer...aqui, tudo é lindo, até os lagartos que se atravessam  sadomasoquistamente à frente do meu carro. São doidos!!! Antes eu não parava, hoje travo, por vezes saio, e vou espiar, encontro cada coisa...e aproveito para olhar esta paisagem, Deus queira que se mantenha assim, os incêndios aqui são uma constante.
No verão passado perdi a fobia às cobras, consigo agarra-las à mão, elas não fazem mal, estão é amaldiçoadas biblicamente, as bichinhas fazem falta.
Cruzo-me com ginetos, javalis, raposas, aves de rapina, coelhos,doninhas, ratos...pessoas é que não, os meus horários são muito diurnos e as tardes de regresso a casa também.
Passo por casas abandonadas, em xisto, material abundante aqui nestas serras.Gostava de ter uma dessas para mim, para restaurar, com telha meia-cana à moda antiga e alpendre de madeira, virado para o rio...um banco de madeira com almofadas feitas à mão. Um bom copo de vinho e um chouriço caseiro grelhado em brasa.Ver as tardes a terminarem, e aproveitar o calor da noite, ouvindo os sons mais puros da vida, os da vida.


um dia, como outro qualquer.

Por um motivo qualquer o teu abraço foi mais forte daquele habitual.
Eu agarrei-te da maneira possível, e olhei para ti enquanto tu vertias uma lágrima.
Escorria pelo teu rosto abaixo, eu estanquei-a no seu caminho.
Levei o meu dedo umedecido até à minha boca. E disse.
- Até o sal da tua lagrima é doce!
E tu abraçaste-me ainda com mais força e deste-me um sorriso comprido de orelha a orelha.
Eu fiquei sem jeito...
E ali, naquela Mata imensa, que tu frequentas tantas vezes, demos as mãos e continuamos a nossa caminhada, a nossa conversa, longa, como um entardecer de um tipico dia de Verão.
Tu és assim, ensinaste-me o conceito do ser simples, dos afetos sem troco, afinal, eu menino mimado estava habituado a receber mais do que dava, e pensava que era normal...mas não.
Hoje faço aquilo que tu me ensinaste, e sinto-me bem! tão bem...
Obrigado!!!

domingo, 5 de junho de 2016

um dia a mais, ninguém repara.

Mais um dia, mais uma semana, mais um mês...e assim continua. Isto é o destino? Karma? ou outro ismo qualquer? não sei...
Sei que é mais um dia, ninguém repara nisso, pelo menos ninguém pergunta nada. Devo disfarçar muito bem, devia ser ator. No Cinema iria receber um "Óscar" pela minha performance.
Olhas para mim, e eu fico sem reação, tu és assim, tens essa forma de ser, letal sobre mim...fico à tua mercê.
Isto é o quê?! e continuo a olhar parvo para ti, e dou por mim morto, mas de felicidade...morto de felicidade, ninguém tem uma sorte como eu. És tu, tu és assim. Eu gosto.