sábado, 26 de novembro de 2016

sim ele existe...


Eu acredito num grande amor.
Eu não tenho expectativas fúteis para romance. Eu não pretendo andar por aí flutuar. Eu sou um daqueles indivíduos raros, perdoem-me o convencimento, talvez um pouco cansado, e que agora realmente gosto da cultura de conexão e ser feliz por viver em uma época em que a monogamia não é necessariamente a norma ou uma regra.
Mas eu acredito em grande amor, porque já tive um.
Eu tive esse amor que tudo consome. O amor do tipo “eu não posso acreditar que isso existe no mundo físico.”
O tipo de amor que irrompe numa espécie de incêndio incontrolável e então se torna brasa e que se queima em silêncio, confortavelmente, durante anos. O tipo de amor que se escreve em romances e sinfonias. O tipo de amor que ensina mais do que você pensou que poderia aprender, e dá de volta infinitamente mais do que recebe.
É amor do tipo “amor de sua vida”.
E acredito que funciona assim:
Se você tiver sorte, conhecerá o amor de sua vida. Você estará com ele, aprenderá com ele, dará tudo de si mesmo a ele e permitirá que a sua influência te mude em medidas insondáveis. É uma experiência como nenhuma outra na tua vida. Sim, isso aconteceu-me, e é tão bom!
Mas aqui está o que os contos de fadas não te vão dizer – às vezes encontramos os amores de nossas vidas, mas não conseguimos mantê-los.
Nós não chegamos a casar com eles, nem passar anos ao seu lado, nem seguraremos suas mãos em seus leitos de morte depois de uma vida bem vivida juntos.
Nós nem sempre conseguimos ficar com os amores de nossas vidas, porque no mundo real, o amor não conquista tudo. Ele não resolve as diferenças irreparáveis, não triunfa sobre a doença, ele não preenche fendas religiosas e nem nos salva de nós mesmos quando estamos perdidos ou de outras situações diversas.
Nós nem sempre chegamos a ficar com os amores de nossas vidas, porque às vezes o amor não é tudo o que existe. Às vezes você quer uma casa num país pequeno, quer ter três filhos e ela quer uma carreira movimentada na cidade. Às vezes você tem um mundo inteiro para explorar e tem medo de se aventurar fora de seu quintal. Às vezes você tem sonhos maiores do que os do outro.
Às vezes, a maior atitude de amor que você pode possivelmente tomar é deixar o outro ir.
Outras vezes, você não tem escolha.
Mas aqui está outra coisa que não te vão falar sobre encontrar o amor da sua vida: não terminar com ele não desqualifica o seu significado.
Algumas pessoas podem amar-te mais num ano do que outras poderiam amar-te em cinquenta anos. Algumas pessoas podem ensinar-lhe mais num único dia do que outras durante toda a sua vida.
Algumas pessoas entram em nossas vidas apenas por um determinado período de tempo, mas causam um impacto que mais ninguém pode igualar ou substituir.
E isso pode significar a nossa redenção, para construirmos o nosso mudo de uma melhor forma.
E quem somos nós para chamar essas pessoas de algo que não seja “amores de nossas vidas”?
Quem somos nós para minimizar a sua importância, para reescrever suas memórias, para alterar as formas em que nos mudaram para melhor, simplesmente porque nossos caminhos divergiram? Quem somos nós para decidir que precisamos desesperadamente substituí-los – encontrar um amor maior, melhor, mais forte, mais apaixonado que pode durar por toda a vida?
Talvez nós apenas deveríamos ser gratos por encontrarmos essas pessoas em tudo.
Por termos chegado a amá-las. Por termos aprendido com elas. Por nossas vidas terem expandido e florescido como resultado de tê-las conhecido.
Encontrar e deixar o amor de sua vida não tem que ser a tragédia da sua vida.
Deixá-los pode ser a nossa maior bênção. Porque também eles buscarão a sua felicidade.



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

porque amanhã é dia de partir...em trabalho



Nunca fui a Istambul, dizem que é uma cidade maravilhosa, multicultural, plena em monumentos, onde a parte oriental e ocidental é separada pelo estreito de Bósforo, o mundo cristão e mundo muçulmano.
Tudo numa só cidade...

domingo, 20 de novembro de 2016

Tinha chegado o dia (2)




A minha curiosidade pelas coisas, pela história, principalmente histórias de guerra não tem limites.
Sou ávido de saber de tudo, e estando na Polonia, hoje na zona da Baixa Silésia , uma das mais afectadas nos anos 40 (segunda guerra mundial) não podia deixar passar esta oportunidade de ver em loco certas coisas.
Natalya Straussman Bauman, pequenina, não mais de 1,60 de altura, hoje com 84 anos - prisioneira de Auschwitz - ala da lavandaria (mulheres).
Foi em redor de sua casa de madeira muito velha, a cair aos bocados que fomos recebidos, eramos 7 pessoas, mais um tradutor, o nosso polaco ainda está muito fresco!
O que ela contou foi incrivel, fantástico, com tanta magia como de terror nos assuntos contados.
E os temas eram tão sóbrios que parecia que tinha regressado há pouco tempo daquele local.
Tinha 9 anos quando foi para lá, separada dos pais, já dentro do campo de concentração - nunca mais voltou a vê-los. Sem saber o que era aquilo, uma menina não tem consciência para aquilo que vem depois...e o terror começa.
As violações, a fome, o tifo, os testes e as experiências médicas do Cap. Mengele ( médico oficial das SS) foram contadas ao pormenor.
Foi uma experiência interessante que eu estou a colocar em papel, para outra altura, para outro lugar, não para este blog.
Quando fomos embora, demos todos um grande abraço à Natalya...o meu foi comoventemente apertadinho...merece a paz esta senhora.
O mundo continua a girar e estranhas coisas vão acontecendo, ele não pára, não conhece os homens...

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

quando tudo passa

Aos vinte lembramos de mudar de vida, e os outros acham imensa piada. Acham que é um erro, é só mais uma aventura, que é um timing péssimo, que vai correr muito mal no fim de contas, ponto.
Mais valia sair por aí, com a malta, beber uns copos, passar o tempo com qualquer coisa…
Até porque, quando se muda de vida aos vinte a coisa normalmente passa por uma viagem, muitos dias numa caravana ou tenda velha emprestada, ou para os finórios, algures no sul de Espanha, numa dessas estâncias da moda.
E isso toda gente sabe, é recorrente, já passou por toda gente…é normal!!!.
Boa sorte pá́, dizem-nos, e nós achamos que vai correr tudo bem. Que vai ser a experiencia de uma vida. E é. Mesmo que corra mal. As coisas são assim mesmo.
 A vida dá mais uma cambalhota, e quando damos por ela estamos nos quarenta e picos, e isso significa muitas das vezes mudar de vida outra vez. Outra vez!
Porém, nestas “idades” quando se muda de vida a coisa pode ser mais dolorosa. Os outros tentam achar piada. Mas não acham. Tentam compreender. Mas nem sempre conseguem. Dizem, boa sorte pá, mas vê lá a tua vida. Olha que tens já tens putos. Olha que já́ és quarentão. Tens a certeza que é mesmo esse caminho que queres seguir?! Não, claro que não temos. Estamos na maioria das vezes nas lonas e à rasca, cheios de medo do que aí pode vir, é natural, não somos humanos?! Os nossos amigos, os outros que não amigos, já muito dificilmente nos convidarão para ir beber um copo, jantar ou outra coisa qualquer. Afinal a conversa é mesmo séria e convém estarmos sóbrios. A lengalenga é sempre a mesma, vê̂ lá pá́. Vê̂ lá o que vais fazer da tua vida, e depois tens de arcar com os resultados.
 Quando se muda de vida aos quarenta, a “viagem” ocorre dentro de nós, não precisamos de mudar de local onde vivemos, é uma coisa cá dentro, da alma, de decisões que tem de ser tomadas a bem de nós mesmos e do nosso “ninho” . Pensamos, pensamos, choramos quando dá vontade, vamos até à última pinga de sangues. É descobrir de que matéria somos feitos!
Descobrimos cabelos brancos, mais uma ruga aqui e acolá, já não aguentamos certas merdas, já não temos paciência…e isto dói muitas vezes – a alma aguenta sempre, o coração por vezes é que não. E dói como o raio. Descobrimos ao mesmo tempo que somos mais fortes que o aço e muito mais fortes do que pensávamos, somos muito mais tolerantes, muito mais abertos, e flexíveis demais. O objectivo é viver aos pouco, aos bocadinhos e disfrutar o que o nosso mundo, aquilo que está à nossa volta tem para nos oferecer. Somos gratos, não há outro remédio…a não ser que nos saia uma lotaria qualquer! Mas isso é tão redutor, tão pobre.
Depois, depois tudo passa e o tempo continua a passar e quando damos por ela já temos 45 e pensamos…já passaram 4 anos!!!
Descobrimos que já não pensamos da mesma maneira, fomos obrigados a crescer por diversas motivações de vida. Já não falamos das mesmas coisas, dos mesmos assuntos, já mudamos de partido político, do vinho à mesa, dos velhos hábitos, mudámos…simplesmente mudámos. E isso é bom.
Os mesmos amigos voltam de novo a convidar para jantar, para ir tomar café, ir à praia, ir de férias, porque reparamos que eles deixaram de fazer perguntas, porque a nossa vida aos seus olhos está “normalizada” , tem um rumo e é seguro para eles a nossa presença. Temos um sentido, e uma vida própria.

Quando reparo nisso, reparo que afinal estou igual, que não mudei, e que afinal ninguém reparou. Estranho isso…

as palavras que eu te direi...


Agora que é noitinha já estás em casa, estás sozinha…agora só tens o teu  Boby, o teu rafeiro pulguento que eu detestava mas fazia festinhas quando tu olhavas para mim, pensas que eu gostava dele, e de passear com ele...um martirío!!! raio que o parta!!! era tão nojento esta imagem...quando saías para a cozinha eu ia logo á casa de banho lavar as mãos!!! o pelo dele cheira tão mal!!!
Agora que estás em casa sozinha vais  lembrar do peixe e da carne grelhada naquele assador fantástico que está (lá atrás) no jardim...agora tens de ser tu a grelhar a tua comida.
E o Jardim que eu construi porque tu dizias que não tinhas tempo, está coberto de flores que eu comprei e plantei...podes ficar com elas!!! mas o Grelhador, esse não! é meu !!! digo á Inês que passe por aí buscá-lo, afinal vocês são amigas...isso, não te esqueças de contar mentirinhas sobre mim...cabra!!!
Não te esqueças de mim, sim eu sei que não vais esquecer de mim...eu pagava a Luz, a água, a TV por cabo essas coisas todas... e o IMI também!!! tanta coisa que eu pagava!!!
Como pude ser tão burro ?! afinal de contas a casa é tua e não minha...desleixei-me!!!
Vais ter saudades minhas...tu, e a tua conta bancária e o teu automóvel, até esse, coitadinho... vai minguar na reserva para sempre até que consigas arranjar um xuleco com uns trocos...sim porque tu, com esse corpinho, metes qualquer puta numa albarda!
As mudanças de óleo, trocar de pneus, reparações básicas, meter saldo no teu telemóvel, comprar os teus cremes caros...agora olha, tem lá paciência...deixa lá! não chores por causa disso...
Não te esqueças dos jantares românticos e caros, das saídas prolongadas de fins de semana e dos hotéis de 4 e 5 estrelas.
Não haverá mais Natal para ti porque não vai haver prendas...sim, o Natal para ti são prendas.
Não te preocupes o que não falta por aí são papalvos!!! vais arranjar um Homem se Deus quiser, e tenta dar corda aos sapatos, isto é, rapidamente...estamos já no final do mês, tás a perceber?! depois paga essas coisas todas...
Fui, parto agora, sem mágoa, não te preocupes comigo...vou ali ser feliz e tu, olha, fica bem também com o teu Boby.
A casa agora esta vazia não é, sim de facto eu tirei as minhas coisas, aliás era quase tudo meu...(ler linha 9 - não vou esquecer, custou 150 €!!!)
Estas são as palavras que nunca te direi...Adeus... Fui!!!

PS : Esqueci de avisar que tens a conta do talho para pagar! ok?!

PS2: Também não paguei á empregada! desculpa lá...

domingo, 6 de novembro de 2016

saltar


Dei um pulo, depois outro, e mais outro...quando abri os olhos estava aqui, parei, olhei em volta, vi o que tinha, o que não tinha, o que eu deixei, aquilo que eu ganhei.
Em absoluto, nós não somos donos de nada, porque tudo muda tão rapidamente que nem temos essa noção...um ano parece um mundo infinito de acontecimentos, parece, mas não o é.
Agora que atravesso a rua, numa passadeira, com sinal verde para os peões e cruzo-me com desconhecidos que não olham para lado nenhum. É tudo tão mecânico, tão frio, tão abstrato.
Sentei-me no Oldpub, e pedi um expresso...fechei os olhos, e tudo parecia estar tão bem, pelo menos neste pedacinho espaço de tempo, é melhor agarrar-me a ele, porque é sempre (tão) fantástico agarrarmos às coisas pequenas quando elas são tão boas.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

trabalho e estudo - business&economics




Já não me lembrava como era...mas tem de ser !!!

Novembro rain...

Chegámos a Novembro, este é o meu mês, dia 7, faltam 6 dias para fazer 45 anos.
Não tenho vergonha de dizer a minha idade, sinto-me bem com esta idade, independentemente das vicissitudes que dela ocorreram.
Quando olho para a minha vida de uma maneira independente, sem rodeios, nem falsas pretensões, do que quer que seja, posso dizer que tudo me aconteceu, do melhor ao pior e eu nem dei por isso – porque aconteceu!
Nunca liguei ao futuro, quando eu olho para o amanhã eu já lá estou e não dou por isso, nunca tive uma meta, estou bastante tranquilo. As coisas acontecem-me…Deus tem sido para mim um fiel protector, e um santo, para me aturar nos pedidos mais “estranhos” que eu faço.
Quando eu tentei fazer planos eles saíam pela porta ao lado e percebi que a melhor maneira de viver a vida era que “ela” simplesmente acontecesse – bom ou mau vai aparecer sempre qualquer coisa – Deus queira que seja melhor que pior. E no dia que “ele” entender que eu já não estou cá a fazer nada, que o meu papel já acabou, que sim…que me leve.
Não tenho medo de perder a memória, o balanço que eu faço das coisas que eu fiz por inteiro foram feitas segundo a minha vontade e decisão, sobretudo aquelas em que me afastei contra a minha vontade, de mim próprio e que em algumas situações me prejudiquei para que outros ficassem melhor- assim fiz, para que outros, não interessa quem, aqui e agora, mas fiz pelos outros e prejudiquei-me por isso – mas fiz conscientemente que perdia alguma coisa.
Sei que não fui fiel a mim próprio, e isso é irreprimível, desafiei o sentimento mais poderoso do universo, julgando que, “eu” todo-poderoso podia de alguma forma ganhar esse combate…perdi-o, miseravelmente. O amor não se combate…Nunca! Há coisas que os olhos dizem, mas nós podemos contrariar através de palavras, eu fiz isso, e dei-me muito mal.
Eu tive a sorte, a felicidade, a oportunidade de uma vida, de conhecer o ser mais maravilhoso num espaço de tempo nestes 45 anos. Foi a sua benevolência, a sua maneira de ser(tanto de bom como de mau), a sua maneira de ver o mundo – de o perspectivar, de olhar para mim olhos nos olhos e obrigar-me ao exercício do conceito “viver” por um outro lado, aquele que eu desconhecia, e que hoje permite-me nesta vida que eu tenho, fazer as minhas escolhas, de uma forma “criteriosa”, consertada, sem medos, sem rodeios.
Presentemente, estou melhor, estou afinado, em todo os sentidos – mas sinto que começo a ficar mais frio em relação a certas situações que dantes não acontecia. Sinto que já tenho os meus limites, não tenho pachorra para certas situações – por exemplo a falta de caracter, da consciência de que se é um bandalho da vida, da falta de moral – isso repugna-me!
Tento ser melhor todos os dias, tolerante, bondoso com quem me rodeia, cauteloso, quero deixar a minha marca, e alguma coisa de positivo que se possa recordar quando eu partir.

Que alguém diga que eu fui por momentos um gajo porreiro!