sexta-feira, 29 de julho de 2016

uma perspectiva diferente...eu aqui?! nã...




Depois de 3 meses acima e abaixo decidi fixar-me. Dia 18 Julho foi o meu primeiro dia aqui, aqui na minha nova “casita” arrendada.
Cheguei e não vi viva alma, pois claro que não, estavam uns modestos 39º , e eu suava em bica. Arrumei as coisas, as roupas, os sapatos, os ténis, o meu fato de treino que vai ter muito trabalhinho, ai se vai…trilhos não faltam, e as minhas “gorduras localizadas” assim se exibem!
O ar da casa fez-me lembrar a casa da minha bisavó Maria, era pequenina, fresca de verão e quente de inverno. Tenho saudades da bisa Maria, e dos seus reputadíssimos ovos mexidos com tiras de queijo seco. Ela sabia que nós gostávamos e guardava sempre os maiores para dar aos meninos, como ela dizia. A casa era feita de terra e lajes em pedra, tal como esta.
Foi uma coisa esquisita, olhei, e disse logo que sim…pareceu-me bem, conheço-me suficientemente bem para aquele tipo de reações. Por vezes dou-me mal! Vamos lá ver. Acho que me apaixonei pela vista que tinha em frente e dos quilómetros que iria deixar de fazer. Este lugar é lindo em qualquer parte do mundo.
À noite, depois do jantar, saí para a rua e fui até à margem do rio molhar os pés…ainda havia gente por lá. Quando subia a rua de pedra, de regresso ouvi o meu primeiro “boa nôte” de uma velhinha que por ali vive. Aqui sabe-se tudo na hora, e já se sabia que havia um rapaz novo por estas bandas. Novo, eu, logo eu…mas aqui, os residentes são velhotes – por isso devo ser o habitante mais novo de Fernandaires.
Os cheiros…esses, já não me lembrava do cheiro ao soalho tratado com cera, os cheiros das paredes e das madeiras. A última sensação parecida foi há tanto tempo, numa casa também velha, daquela que foi, provavelmente, a mulher da minha vida.
Isso, tolha-me por completo, faz-me parecer pequeno e velho porque o tempo passa…tenho a sensação que não vou ficar aqui muito tempo. Será tempo de partir um dia, mas já que aqui estou, Deus é grande por isso, e vai dando-me aos poucos aquilo que eu perdi, aos poucos.
Que calor este, Jazus!!! Amanhã é outro dia, e esta é a minha cama, aquela que eu hoje me vou deitar, feita por mim. Sentado, olho para fora, para o rio, e é tudo tão bonito, até a cor do Verão.

…que calor este!!! Jazus!!!

sábado, 16 de julho de 2016

"cosa nostra"



Do I still Love you? Absolutely. There is not a doubt in my mind. Through all my mind, my ego... I was always faithful in my Love for you. That I made you doubt it, that is the great mistake of a Life full of mistakes. The truth doesn't set us free. I can tell you I Love you as many times as you can stand to hear it and all that does, the only thing, is remind us... that Love is not enough. Not even close.

e por tudo mais...

Galgada a estrada por entre árvores que me conhecem e curvas que me são gentis, ao olhar-te, a minha alma desenha-se em imagens de cores subtis, mostrando-me a emoção na pequena baía adornada de azuis simples e mediterrânicos, a igreja de uma forma esquisita, é o centro, e tudo o resto são sonhos.
Chego sozinho, não se vê vivalma, o calor é tórrido, e o suor corre-me em bica, as aves, as mais velhas esvoaçam em sinal de prenúncio do que me pode acontecer aqui, e aqui acontece-me sempre alguma coisa que guardo para a vida.
Este vento enfeitado de Verão, deixa todos os aromas suavemente nos meus lábios como se fossem os teus dedos, moldados.
Viro-me por aqui e por ali, revejo-me em todos os sítios onde pisamos a dois, a essência está aqui, o resto é que não - e por tudo mais, esta água, o silêncio do vazio de um dia quente de Verão.

sábado, 9 de julho de 2016

de regresso...

Estava um calor intenso...o visor indicava 34,5 º  e eram quase 19:00 !!!
Se há um ponto na minha "rota"  que eu adoro cruzar é uma aldeia que separa os dois concelhos, entre a ponte do Zêzere, próximo do Lago Azul.
Para a semana que vem vou mudar-me de armas e bagagens, é distância a mais por dia.
Arranjei uma casa para mim, pequena,tão pequenina, feita de pedra, lajes a decorar de cor branca, parapeito tipicamente beirão - tão tradicional para estes lados, foi feita à minha imagem - a paisagem é idílica, abri a "janela" naquele dia, e, na primeira vez que os proprietários a foram mostrar, só tive tempo de dizer:
Fico com ela!
 Aqui, estou longe de tudo e tão próximo do resto. Ter paz tranquiliza-me, fico mais calmo, esqueço melhor as coisas, tudo...efeito aspirina. Deve ser.
As minhas caminhadas, os meus passeios, eu... descobrir isto aqui!!!  - Preciso de um barco!!! mesmo velho! vai ser interessante. Estarei a pedir demais?!
Quem diria... eu aqui, Jazus!!!

domingo, 3 de julho de 2016

por aí, a crescer.

Hoje andei por aí, fui ver o mar,comer um peixinho, uma salada de tomate, uma batata cozida.
Um lauto almoço, caro demais, mas bom.
Fui passear pelo areal húmido da praia, calor qb, e água gelada da costa também fria qb.
O malote está já preparado, amanhã parto com destino a Toulouse, 3 dias, em trabalho...gosto.
Não consigo estar acomodado, parece que tenho bichos carpinteiros , apesar de estar a abrandar, confesso, deve ser da idade, abrandar não em termos de velocidade de fazer as coisas , mas abrandar, no sentido real da coisa. Parar, antigamente eu não parava...é estranho eu parar o motor do carro e sair para cheirar uma flor que desconheço, tirar uma foto de telemóvel, abrandar para ver uma plantação a nascer. Tudo cresce, tudo se desenvolve, há um movimento normal na vida, gosto de ver a  mudança.
Eu também, curiosamente.