quarta-feira, 27 de setembro de 2017

um apontamento


Um breve apontamento para hoje.
Não sei se é do tempo que faz aqui, frio, vento e chuva...muita chuva.
Hoje ao meio dia lembrei-me, as saudades que eu tenho de comer sardinha assada, e no final ensopar no azeite misturado com o molho da sardinha um naco de miolo de pão de trigo.
Eh pá ...as coisas que me vem à cabeça!!!
...e é este o apontamento de hoje.

domingo, 24 de setembro de 2017

happy day to me


Faz hoje um ano, estava no aeroporto de Lisboa para iniciar mais um passo na minha carreira e na minha vida...longe de tudo e de todos que me são próximos, os mais importantes claro.
Por isso feliz dia para mim!!!


sábado, 23 de setembro de 2017

um "ismo"

O dia nasceu pincelado de tons cinzentos, acompanhado por uma chuva grossa daquela que não dá para sair à rua ou fazer caminhadas pela cidade como eu tanto gosto.
Aproveitei para por a leitura em dia, um livro acompanha-me há tanto tempo e não tenho tido muito tempo para o ler. Desta vez fiz-lhe a vontade e sentei-me num dos sofás do hotel, acompanhado por um vigoroso e delicioso hot choc.
O livro é de um escritor francês, Bernard Sesboué (Teólogo e Antropólogo),  e tem como título L' homme, merveille de Dieu.
O ser humano tem duas condições à sua nascença, o sexo, ou nasce homem ou mulher.
O livro não é de leitura fácil, mexe com muita coisa, religião, educação parental, educação escolar, vivências sociais e corportamentos.
Eu não sou a pessoa mais inteligente e ou mais informada para desenvolver uma matéria desta sensibilidade...seria o mesmo que um elefante caminhar sobre uma estrada feita com ovos... seria um desastre!
Confesso, tenho a minha opinião (mesmo assim) sobre o assunto.
Já disse aqui neste meu blog, que eu  ainda sou do tempo em que um "gajo" era um gajo e uma gaja era uma gaja - os géneros, essa palavra dos tempos de hoje, nem tinha direito a discussão. Ponto.
Tenho percorrido o mundo, em trabalho, assisto e vejo coisas que nem tinha noção, por isso é que eu considero que "ver" mundo só faz bem, pelo menos para mim, ajudou-me a libertar-me de algumas "algemas" . Pontos de vistas. Estava demasiado "quadrado" em certas cirscunstâncias da vida. O mundo não é assim tão perfeito como eu pensava. Falta-lhe qualquer coisa...
O mundo está tão mudado que nem damos conta! e passaram uns vinte e tais anos da minha suposta juventude e vejo que as mudanças foram tão rápidas que nem dei por elas. Só existe uma unica coisa que se manteve intacta. A cultura social dos povos.
É mais ou menos asssim: tanto estou num país demasiado aberto, em que dou conta de duas moçoilas a beijarem-se na boca no metro de Hannover, como vejo mulheres tão tapadas que nem a cor dos olhos eu posso vislumbrar, na cidade de Istambul.
Vi as mesmas mulheres de rosto coberto por lenços negros a fazerem compras na Intimissimi , e tudo isto pareceu-me estranho, por sinal tão natural, independentemente da situação ou imagem que os meus olhos retém. Nós humanos não estamos habituados a este tipo de cirscunstância, cultura, ou outra forma de vida, ou de pensar sobre ela. Mas ela existe e é natural.
Por mim, independentemente de me parecer estranho certas coisas que eu reparo por aqui ou por ali, abstenho-me simplesmente da concepção daquilo que eu vejo, não julgo, não critico e não omito opinião. O mundo está diferente sim, o que foi normal ontem hoje já não o é e vice versa, mas há coisas que se mantém - o legado da tradição e da cultura instrínseca de cada povo.
Este livro é tudo isto e muito mais, é muito interessante e pela primeira vez vejo um sentido gigante da palavra perdão sobre as coisas mundanas.
Mas há um erro crónico, um tema persistente, recorrente, e que assenta nas demandas continuas do cristianismo em tutelar regras e "obrigações" aos Homens.
A modernidade não deixa espaço para tais selecções criteriosas, e assim, e por esses motivos, assistimos a guerras sucessivas entre povos de cultura religiosa diferenciada. Um impor ao outro uma "coisa" que instrinsecamente nunca foi o da outra.
A cultura de um povo é um conjunto de dados aprendidos, por conhecimento e por tradição, ou por improvisionamento do quer que seja, não queiramos por issso invadir uma cultura ou impor a nossa cultura numa outra, por si só também muito rica - porque assim o é, como eu tenho testemunhado nas minhas viagens de trabalho.



quinta-feira, 7 de setembro de 2017

et voilá

Bom, voltei à carga! Férias é já uma palavra podre, que caíu de madura no chão, e eu agora quero ver como me vou safar até ao Natal. Odeio o mundo Islâmico !!! os pequenos almoços são sempre a mesma coisa: uma espécie que eles chamam de pão, que não é mais do que uma bolacha maria, como se fosse uma pizza, e atropelada por um camião Tir!!!
Ja bebi mais Kefir numa semana que em 30 anos seguidinhos, aquela espécie de iogurte liquido cheio de fermentos lácteos que fazem rrrrrr nas tripas!!! e por vezes dá cá uma vontade de ir a correr para o WC mais próximo.
Porra...eu já me habituei a isto, a andar nas ruas sem ter de olhar para o lado, mulheres todas tapadas, da cabeça até à sujidade das pedras da calçada, e os homens que só tomam banho à sexta porque tem de ir à mesquita orar a Alá ...como eu gosto de ver aquele gentio  naquela posição de joelhos e rabo para o ar! são cá umas figurinhas...!!!
Não é que eu já lá fui!? também! eu sou curioso, e a curiosidade matou o gato!!! ah pois é!!! tive de fazer como os restantes, tirar os sapatos e as meias, andar pelo chão em mármore frio como o raio, depois numa pia gigante lavar os pés, e ter que partilhar uma toalha branca com os restantes...e eu, florzinha de estufa , que apanho qualquer micróbio em qualquer merda!
Os kebabs aqui até se comem bem...pelo menos são originais! O KFC aqui é um "tasco"chunga...ninguém lá vai! só EUzinho mesmo!!!
Faz calor aqui, ao contrário de Lodz, o que também não foi surpresa para mim, surpresa mesmo foi ver uma nativa de olhos verdes! isso sim...
Já pronuncio algumas palavras, para não fazer figura de parvo (às vezes)...noblesse oblige, é que eu não sou de merdas, não há cá "decalages"!!!
Para a semana regresso, fico um mês em Lodz, e depois é partir para outra, provavelmente para Hannover, o habitual.
De resto, tou bem, ando bem, maluco, com barba! ( a malta diz que me fica muito bem, mas eu cá, não acho!!!) , e seja como Deus quiser, sempre...sempre!!!
Hosçakal!!!





terça-feira, 5 de setembro de 2017

a água, o ouro, o velho e o marisco

Por um desses caminhos da minha aventura, a sós comigo mesmo, dei por mim numa fonte, daquelas das antigas em que o fio de água cristalina assenta numa espécie de bajanco e depois é "canalizada" por uma telha meia cana. 
Eu gosto de beber água nessas fontes, a água não é controlada biologicamente por uma câmara municipal qualquer, nem menos é vigiada ou roubada por uma dessas empresas estrangeiras que a pouco e pouco tiram esse bem precioso do nosso controlo. Há de chegar, infelizmente, esse dia...provavelmente eu já não estou cá para fazer sentir a minha revolta por um bem escasso.
Parei, fiz uma espécie de concha com as minhas mãos e levei o precioso liquido cristalino aos meus lábios sedentos de sede. E que bem que me soube!!!
Aqui sabe sempre melhor, agora que faço este gesto, como outros tantos, como outrora, na minha infância, nas fontes da minha aldeia. Agora estão secas, e o motivo está à vista...
No cair do pano de mais um dia, passei junto ao Ocreza , antigamente um rio farto em ouro, segundo os locais, e ainda há garimpeiros, diz-me um velho agarrado a uma bengala de pau de eucalipto. Perguntei quem eram os ditos "garimpeiros" e ao que a resposta saiu a sorrir - São os camones ! mas já não há lá nada!
Se há ou não o vil metal doirado no leito do rio nós nunca saberemos, mas faz as delicias daqueles que na sorte poderão encontrar a pepita das suas vidas. Como eu gostava (também) de andar ali a chapinhar e de prato de alumínio na mão , também eu, tentar em vão a minha sorte. Não pelo ouro, ou outro prémio qualquer, mas estar ali, e olhar em redor, os montes os vales, e os grifos...isto sim, aqui é bonito.
O meu pé é muito leve no acelerador, gosto de observar, gosto de parar e sair...se ao menos eu fosse um bom fotografo, penso eu muitas vezes, que lindos quadros eu tiraria por todos os locais deste mundo por onde tenho passado.
Continuo a minha viagem, acompanhado por uma estação de rádio local, musica que não é do meu gosto, mas faço um esforço.
Tudo arde, e eu vou aproveitando provavelmente o que resta de uma paisagem verde.
 Dou meia volta, um GNR diz-me que eu tenho que seguir pela N2 e depois sair no Carvalhal ( Abrantes). Conheço isto como as palmas das minhas mãos. Caramba, como o tempo passou, e já passaram tantos anos assim?
Parei de novo, olhei para o portão de uma velha Quinta, onde passei ali uma noite, muito bem acompanhado, lembro perfeitamente qual foi o dia, e altura do ano. Há coisas que nunca se esquecem. Continuei, era tarde, olhei para o relógio e sem duvida alguma que eram horas de cear, e assim fiz.
Fui matar saudades a um restaurante que eu gosto, ali no centro, uns mariscos para entrada, e um robalo na brasa acompanhado por legumes. Que todos estivessem assim como eu, pensei eu naquela altura.
O empregado olhava para mim, e lá ganhou coragem para me dizer : já não o via por aqui faz já algum tempo. E eu devolvi-lhe o meu melhor sorriso e disse que estava no estrangeiro a trabalhar e era de todo impossível visitar com regularidade como dantes.
Pagou-me o café e um digestivo, agradeci, paguei e fui embora.
Pensei... Por aqui estamos confessados, agora só para o ano que vem, quem sabe.
Ainda não descobri Portugal como eu quero e da maneira como eu quero, tenho mais ou menos um "projeto" idealizado, e penso que o vou fazer para o ano que vem, para os finais de Setembro.
O meu contrato vai acabar e vou ter mais tempo para mim. Vou alugar uma Iveco auto caravana e quero começar em Bragança até Vila Real Stº António . É um sonho de há muito tempo, não conheço nada do interior...vai ser muito bonito. São 8 dias e 8 cidades, a saber : Vinhais, Vila Nova de Foz Coa, Fundão, Alter do Chão, Mourão, Barrancos, Mértola e por fim Vila Real Stº António.
As minhas viagens tem sido pequenas, intermitentes, cheias de tudo e de nada...o tempo incomoda-me, gosto de tirar o relógio e saber que não tenho nada para amanhã.
Deito-me sossegado, não há vigílias noturnas, só eu e Deus, o meu fiel companheiro por essa estrada fora.
Cheguei a casa, tirei a minha roupa e tomei um ligeiro duche, que calor  faz este ano em Portugal...Jazus!!!.
Amanhã é o meu ultimo dia de férias, Istambul acena-me com as suas mãos, e aí eu sei que é a minha hora de partir.
Adorei a água, o ouro que não existe, o velho  espertalhão, e um delicioso marisco.
Há sonhos que podem ser realizados...