Chegámos a Novembro, este é o meu mês, dia 7, faltam
6 dias para fazer 45 anos.
Não tenho vergonha de dizer a minha idade,
sinto-me bem com esta idade, independentemente das vicissitudes que dela
ocorreram.
Quando olho para a minha vida de uma maneira
independente, sem rodeios, nem falsas pretensões, do que quer que seja, posso
dizer que tudo me aconteceu, do melhor ao pior e eu nem dei por isso – porque aconteceu!
Nunca liguei ao futuro, quando eu olho para o
amanhã eu já lá estou e não dou por isso, nunca tive uma meta, estou bastante
tranquilo. As coisas acontecem-me…Deus tem sido para mim um fiel protector, e
um santo, para me aturar nos pedidos
mais “estranhos” que eu faço.
Quando eu tentei fazer planos eles saíam pela
porta ao lado e percebi que a melhor maneira de viver a vida era que “ela”
simplesmente acontecesse – bom ou mau vai aparecer sempre qualquer coisa – Deus
queira que seja melhor que pior. E no dia que “ele” entender que eu já não
estou cá a fazer nada, que o meu papel já acabou, que sim…que me leve.
Não tenho medo de perder a memória, o balanço que
eu faço das coisas que eu fiz por inteiro foram feitas segundo a minha vontade
e decisão, sobretudo aquelas em que me afastei contra a minha vontade, de mim
próprio e que em algumas situações me prejudiquei para que outros ficassem
melhor- assim fiz, para que outros, não interessa quem, aqui e agora, mas fiz
pelos outros e prejudiquei-me por isso – mas fiz conscientemente que perdia
alguma coisa.
Sei que não fui fiel a mim próprio, e isso é
irreprimível, desafiei o sentimento mais poderoso do universo, julgando que,
“eu” todo-poderoso podia de alguma forma ganhar esse combate…perdi-o,
miseravelmente. O amor não se combate…Nunca! Há coisas que os olhos dizem, mas
nós podemos contrariar através de palavras, eu fiz isso, e dei-me muito mal.
Eu tive a sorte, a felicidade, a oportunidade de
uma vida, de conhecer o ser mais maravilhoso num espaço de tempo nestes 45
anos. Foi a sua benevolência, a sua
maneira de ser(tanto de bom como de mau), a sua maneira de ver o mundo – de o perspectivar, de olhar para
mim olhos nos olhos e obrigar-me ao exercício do conceito “viver” por um outro
lado, aquele que eu desconhecia, e que hoje permite-me nesta vida que eu tenho,
fazer as minhas escolhas, de uma forma “criteriosa”, consertada, sem medos, sem
rodeios.
Presentemente, estou melhor, estou afinado, em
todo os sentidos – mas sinto que começo a ficar mais frio em relação a certas
situações que dantes não acontecia. Sinto que já tenho os meus limites, não
tenho pachorra para certas situações – por exemplo a falta de caracter, da
consciência de que se é um bandalho da vida, da falta de moral – isso
repugna-me!
Tento ser melhor todos os dias, tolerante,
bondoso com quem me rodeia, cauteloso, quero deixar a minha marca, e alguma
coisa de positivo que se possa recordar quando eu partir.
Que alguém diga que eu fui por momentos um gajo porreiro!
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