quarta-feira, 21 de junho de 2017

outro Verão, os mesmos caminhos

O IC 8 acompanhou-me por quilometros sem fim, nos meus pensamentos, nas minhas alegrias e nas minhas tristezas.
O IC8 era o caminho para o meu paraíso, para os lúdicos momentos só meus, e tão meus...tão fortes, tão verdadeiros, não tenho testemunhos destes encontros comigo mesmo e com a natureza.
Era o ambiente perfeito, um quadro multiplo de formas e de tons - verde dos pinheiros, o amarelo das mimosas, do castanho dos carvalhos e dos castanheiros, entre outros que nem eu sei.
Aos nossos olhos qual postal dos correios, o tom azul da agua do rio Zezere, mesmo no Inverno tolham-nos a vista. E isso chegava-me, simplesmente.
Pelas fotos que me chegam por amigos, tudo jaz agora, em tons cinzentos e negros, tal como os da minha alma...uma sensação de tristeza  e vazio.
Este mundo tão perto da minha vivência, nunca antes descobertos por mim, devo-o à mulher que habita no meu coração, mostou-me o outro lado, o lado de lá, por lugares nunca antes percorridos. E tive-os sempre à minha mão. Descobrir aqueles lugares fez-me pensar e mudar tanta vez de opinião sobre as coisas, as coisas complicadas, e as coisas simples. A vida. E este lugar tornou-se tão especial por mim por tudo isto e muito mais...
O Verão não deveria entrar assim desta maneira nas nossas vidas,mas de outra maneira, o fogo reclamou para si lugares do  meu encanto como a aldeia de Xisto, de S. Simão, apagou os nomes das terras que eu conheço como a palma da minha mão, Cernache do Bomjardim, Dornes, Figueiró, ou Sertã...todos lugares mágicos, meus, que sobejamente percorridos por mim, nas curvas e contra curvas da velhinha N2.
Agora que tudo está morto, serão precisos anos até tudo voltar ao mesmo padrão, iguais às imagens das minhas fotos, e , sobretudo das minhas memórias.
Vou estar muito velho quando tudo voltar a estar da mesma maneira tal como eu conheci.
 Se Deus quiser e se me conceder mais um tanto de vida como uma arvore precisa para crescer, terei de novo o mesmo prazer de percorrer aqueles caminhos, os caminhos do meu Verão.

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