segunda-feira, 8 de maio de 2017

a lição que não vem no livro




Num destes dias, perdido na cidade, como eu gosto, ah como eu gosto estar perdido numa cidade que não conheço.
Liberta-me o espírito, leva-me a cantos e recantos, eu não sei onde estou, e pouco interessa.
Acompanha-me um caderno daqueles pequeninos, para escrever qualquer coisa, ou até mesmo estas palavras que escrevo agora sentado numa esplanada. Bebo um café, horrivel...
Agora faz bom tempo, permite que os humanos saiam à rua, aproveito melhor, e vagueio por aí. Vaguear liberta-me, liberta-me...
Eu escrevo mal, confesso, mesmo muito mal...por vezes aquilo que eu penso não consigo por em papel. A minha vida tem sido assim, pensamentos certos e escritas erradas...e isso é uma chatice, mesmo.
A minha doença, tornou-me mais volátil, e sim...mais estupidamente frágil. Eu não sou, afinal, tão forte como pensava.
Soube noutro dia, por email, que um dos companheiros de tratamento tinha falecido. Escrevi um mail à esposa, antes de enviar, apaguei-o, não tive força para o fazer. Lembrar tristeza, uma semana depois, acho que não faz sentido... a vida continua por estes lados, e amanhã posso ser eu.
A vida ensinou-me pelo lado mais duro, desventrou-me por dentro, pôs-me a nu, e a publico.
Eu mereci tudo isto, sim...como mereci tudo isto. Agora parece ser tudo mais fácil, mais claro, as palavras saem da boca como flechas, não guardo nada, digo tudo o que eu penso...
Precisava disto, agora é tarde para algumas coisas, das mais preciosas que eu perdi, mas para outras ainda vou a tempo.
Não dei tempo suficiente para mim, não amei o suficiente como eu pensava, não dei tudo o que tinha, não esperei quando devia ter esperado, não dei a mim a segunda oportunidade como eu não dou a ninguém. Deambulei...como eu gosto, mas da maneira errada.
As coisas (agoraestão diferentes, para melhor...e isso vai-me ajudando de dia para dia.
Provavelmente aprendi uma boa lição, daquelas que não vem em livro nenhum.




Sem comentários:

Enviar um comentário