sábado, 23 de setembro de 2017

um "ismo"

O dia nasceu pincelado de tons cinzentos, acompanhado por uma chuva grossa daquela que não dá para sair à rua ou fazer caminhadas pela cidade como eu tanto gosto.
Aproveitei para por a leitura em dia, um livro acompanha-me há tanto tempo e não tenho tido muito tempo para o ler. Desta vez fiz-lhe a vontade e sentei-me num dos sofás do hotel, acompanhado por um vigoroso e delicioso hot choc.
O livro é de um escritor francês, Bernard Sesboué (Teólogo e Antropólogo),  e tem como título L' homme, merveille de Dieu.
O ser humano tem duas condições à sua nascença, o sexo, ou nasce homem ou mulher.
O livro não é de leitura fácil, mexe com muita coisa, religião, educação parental, educação escolar, vivências sociais e corportamentos.
Eu não sou a pessoa mais inteligente e ou mais informada para desenvolver uma matéria desta sensibilidade...seria o mesmo que um elefante caminhar sobre uma estrada feita com ovos... seria um desastre!
Confesso, tenho a minha opinião (mesmo assim) sobre o assunto.
Já disse aqui neste meu blog, que eu  ainda sou do tempo em que um "gajo" era um gajo e uma gaja era uma gaja - os géneros, essa palavra dos tempos de hoje, nem tinha direito a discussão. Ponto.
Tenho percorrido o mundo, em trabalho, assisto e vejo coisas que nem tinha noção, por isso é que eu considero que "ver" mundo só faz bem, pelo menos para mim, ajudou-me a libertar-me de algumas "algemas" . Pontos de vistas. Estava demasiado "quadrado" em certas cirscunstâncias da vida. O mundo não é assim tão perfeito como eu pensava. Falta-lhe qualquer coisa...
O mundo está tão mudado que nem damos conta! e passaram uns vinte e tais anos da minha suposta juventude e vejo que as mudanças foram tão rápidas que nem dei por elas. Só existe uma unica coisa que se manteve intacta. A cultura social dos povos.
É mais ou menos asssim: tanto estou num país demasiado aberto, em que dou conta de duas moçoilas a beijarem-se na boca no metro de Hannover, como vejo mulheres tão tapadas que nem a cor dos olhos eu posso vislumbrar, na cidade de Istambul.
Vi as mesmas mulheres de rosto coberto por lenços negros a fazerem compras na Intimissimi , e tudo isto pareceu-me estranho, por sinal tão natural, independentemente da situação ou imagem que os meus olhos retém. Nós humanos não estamos habituados a este tipo de cirscunstância, cultura, ou outra forma de vida, ou de pensar sobre ela. Mas ela existe e é natural.
Por mim, independentemente de me parecer estranho certas coisas que eu reparo por aqui ou por ali, abstenho-me simplesmente da concepção daquilo que eu vejo, não julgo, não critico e não omito opinião. O mundo está diferente sim, o que foi normal ontem hoje já não o é e vice versa, mas há coisas que se mantém - o legado da tradição e da cultura instrínseca de cada povo.
Este livro é tudo isto e muito mais, é muito interessante e pela primeira vez vejo um sentido gigante da palavra perdão sobre as coisas mundanas.
Mas há um erro crónico, um tema persistente, recorrente, e que assenta nas demandas continuas do cristianismo em tutelar regras e "obrigações" aos Homens.
A modernidade não deixa espaço para tais selecções criteriosas, e assim, e por esses motivos, assistimos a guerras sucessivas entre povos de cultura religiosa diferenciada. Um impor ao outro uma "coisa" que instrinsecamente nunca foi o da outra.
A cultura de um povo é um conjunto de dados aprendidos, por conhecimento e por tradição, ou por improvisionamento do quer que seja, não queiramos por issso invadir uma cultura ou impor a nossa cultura numa outra, por si só também muito rica - porque assim o é, como eu tenho testemunhado nas minhas viagens de trabalho.



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