segunda-feira, 23 de maio de 2016

sei lá...


Sei lá o tempo que fazia, se sol, se chuva, eu lá tinha tempo para pensar nisso. Era omisso nessas coisas.
Eu só tinha olhos para os teus olhos, brilhantes, felizes, imensos nos significados...sei lá!
Um dia fomos lá, como sempre, era um ritual muito nosso, falávamos, discutíamos assuntos, sei lá...
Eu deixava-te ganhar para não ficares chateada, porque gostava do teu sorriso, do sabor da tua vitória...da tua importância.
Foste, és e serás sempre muito importante para mim, independentemente do tempo em que estamos, da distância que temos, da realidade presente que temos. E isso significa nada, agora, porque sim, sei lá...
Sei lá...aqui eu fiz-te sentir mulher, em pleno, e isso dizia-me a tua respiração, as tuas sôfregas palavras de prazer, irradiavas infinitamente a luz das estrelas.
Sei lá...Tu olhavas para mim, e eu dava-te tudo aquilo que tu me pedias, mesmo se fosse para saltar aquele penhasco, eu saltava.
Sei lá, estava mergulhado no teu feitiço de bruxa, e perdia-me nas horas só de olhar para ti...era tão bom, até tinha sabor, e eu ali, perdido...tu fazias-me perder na dinâmica daquela vida, naquele momento. Sei lá...!
Aqui, agora...sei lá, maldito-me pelos meus atos, aquilo que eu nunca mais vou ter, apenas aqui jaz uma paisagem, um lugar tão bonito, e uma dor imensa até ao dia da minha morte.
Sei lá...fazes-me falta! mas agora já não interessa.
Sei lá...aqui sou por momentos, no espaço, o homem mais feliz do mundo.

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